segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Reveja as fotos mais curtidas no Instagram em 2018

É chegado último dia do ano e é comum fazermos um balanço dos acontecimentos e de nossas ações durante todo ano. Não foram tantas publicações por aqui mas foram dezenas no Instagram, Twitter e Facebook. Utilizando-se de todas essas plataformas, consigo mantê-los informados sobre as mais importantes notícias sobre Orcas, demais cetáceos e outros assuntos relevantes sobre animais e meio ambiente. Abaixo seguem as 12 imagens mais curtidas e com mais interações durante o ano no Instagram:



Aproveito para desejar a todos um ano novo repleto de luz, saúde e muita prosperidade. Que daqui a um ano possamos estar revendo as ações de 2019 e possamos nos sentir satisfeitos e agradecidos por tudo conquistado. Seja bom ou ruim, tudo nos leva ao amadurecimento e novos aprendizados. Com gratidão e Deus no coração sempre sentiremos que tudo vale a pena! Bem-vindo 2019!



quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Japão deixa comissão que protege baleias e anuncia volta da caça comercial

O Japão anunciou nesta quarta-feira (26) sua retirada da Comissão Internacional da Baleia (IWC, na sigla em inglês) no próximo ano e a retomada da caça comercial nas águas territoriais e na zona econômica exclusiva do país a partir de julho. A decisão foi lida pelo porta-voz do governo, Yoshihide Suga, que também anunciou o fim da prática polêmica na Antártida.
"A partir de julho de 2019, depois que a saída entrar em vigor em 30 de julho, o Japão realizará a caça comercial de baleias dentro do mar territorial do Japão e de sua zona econômica exclusiva, e cessará o abate de baleais no Oceano Antártico/Hemisfério Sul", disse o secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, em um comunicado ao anunciar a decisão.
O Japão era membro da IWC desde 21 de abril de 1951. A organização foi criada há sete décadas para garantir a preservação desses cetáceos e impedir sua caça indiscriminada nos oceanos. Em 1986, impôs a proibição da caça comercial, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória.
Desde 1987, o Japão permite que se matem baleias apenas com fins científicos, mas essa é uma questão controversa. Críticos e organizações de proteção dos animais afirmam que o programa é usado para encobertar a caça comercial, já que a carne é vendida no mercado.
Os japoneses alegam que comer carne de baleia faz parte da cultura do país.
Em setembro desse ano, o Japão tentou derrubar a proibição à caça comercial durante a reunião da organização em Santa Catarina, mas foi derrotado em votação.
Em 2014 o Tribunal Penal Internacional determinou que o Japão deveria suspender a caça na Antártida – o que Tóquio fez durante uma temporada, reduzindo o número de animais e espécies visados, mas reiniciou na temporada 2015-2016.
O porta-voz do governo japonês disse que, após a sua retirada da organização, o país atuará como observador dentro da IWC e assegurou que o governo de Tóquio continua comprometido com a gestão dos recursos marinhos de acordo com dados científicos.



Repercussão
Austrália e Nova Zelândia saudaram a decisão de abandonar a caça às baleias na Antártida, mas expressaram decepção pela decisão do Japão se envolver no abate dos mamíferos oceânicos.
O Greenpeace condenou a decisão e contestou a afirmação de que os estoque de baleias se recuperaram, observando que a vida marinha está ameaçada pela poluição e pela pesca excessiva.
"A declaração de hoje está em desacordo com a comunidade internacional, sem falar na proteção necessária para salvaguardar o futuro dos nossos oceanos e criaturas majestosas", diz a nota da ONG.
"O governo do Japão deve agir urgentemente para conservar os ecossistemas marinhos, em vez de retomar a caça comercial de baleias", afirma o comunicado.



Fonte: G1 de 26 de dezembro de 2018.



quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Vídeo mostra nadadora cercada por Orcas na Nova Zelândia

Há poucos dias, um vídeo divulgado deixou a maioria de nós, amantes de Orcas, no mínimo, com muita inveja. Pois é, o vídeo mostra uma mulher nadando numa praia da Nova Zelândia cercada por Orcas. Eram uma Orca adulta, uma jovem e um filhote, todas muito brincalhonas. Elas acompanharam a nadadora bem de perto por um longo período.
As imagens foram captadas pelo drone do turista Dylan Brayshaw na praia Hahei, em Coromandel. Dylan, que estava observando a cena, disse que, à princípio, a nadadora chegou a sair da água, mas calmamente retornou, permitindo que elas se aproximassem. A nadadora, chamada Judie Johnson e moradora da região, disse que foi uma experiência totalmente diferente de tudo que já viveu, algo que "mudou sua vida para sempre".
Segundo Judie, ela costuma se encontrar com colegas para se exercitar no mar, mas naquela manhã não apareceu ninguém e ela resolveu seguir sozinha. Durante o percurso, viu a sombra dos animais, e pensou empolgada: “Oba, golfinhos!”. No entanto, ao observar um pouco melhor percebeu que eram Orcas. O medo inicial, tornou-se encantamento, e ela resolveu continuar. As Orcas, super curiosas seguiram ao lado dela por um bom tempo. É notável pelo vídeo que a empolgação é observada de ambas as partes. Um dos momentos mais incríveis relatados por ela, foi quando uma das Orcas estava tão pertinho que puderam se olhar olho no olho.
Como bem lembrado por Dylan na entrevista dada à TV neozelandesa (disponível no vídeo abaixo), sabemos bem da hostilidade de Orcas de cativeiro para com seus treinadores, mas na natureza, ele não sabia como elas reagiriam. E seu vídeo só veio comprovar o que leitores do blog sabem bem, Orcas são "golfinhos gigantes", inteligentíssimas, habilidosas, grandes predadoras, mas sempre gentis com humanos em seu habitat. A especialista entrevistada na matéria, Regina Eisert, também afirma o mesmo sobre o comportamento desses animais tão magníficos.
Já assistiu ao vídeo do encontro? Confira abaixo alguns trechos, bem como as entrevistas:







sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Grupo entra com ação para exigir a divulgação de relatórios de necrópsias das Orcas do SeaWorld

No ano passado, três Orcas, Tilikum, Kasatka e Kyara, morreram em três parques do SeaWorld, nos Estados Unidos. Agora, uma coalizão de grupos de direitos dos animais está processando o Serviço Nacional de Pesca Marinha (NMFS) americano por não ter exigido que o parque divulgasse os relatórios das necropsias dessas Orcas, informações que afirmam apoiar o argumento de que o cativeiro é prejudicial à saúde não só de Orcas mas dos demais mamíferos marinhos.


Tilikum, do SeaWorld Orlando, a mais famosa das três Orcas, morreu em janeiro de 2017 devido a uma infecção causada por pneumonia bacteriana. Adquirida pelo SeaWorld em 1992, Tilikum ajudou a empresa a expandir sua população de Orcas de cativeiro ao gerar 21 filhotes, dos quais, cerca de 10 ainda estão vivos. A Orca de 36 anos de idade, que matou sua treinadora Dawn Brancheau em 2010 e pelo menos duas outras pessoas antes disso, tornou-se um nome familiar após o lançamento do documentário Blackfish em 2013.
Kyara, a neta de três meses de Tilikum, que nasceu no SeaWorld San Antonio em abril de 2017, morreu de pneumonia em julho do mesmo ano. E Kasatka, uma Orca matriarca que foi mantida no parque de San Diego por 40 anos, foi sacrificada em agosto também de 2017 , aparentemente depois de anos lutando contra infecções pulmonares. No entanto, durante semanas que antecederam sua morte imagens de lesões terríveis em sua pele circularam o mundo. Não está clara a relação entre essas lesões e a doença pulmonar (como já mencionado na ocasião de sua morte aqui no blog).
A ação, movida na terça-feira pelo Earth Island’s International Marine Mammal Project (IMMP), pelo Animal Welfare Institute (AWI), pela especialista e pesquisadora Lori Marino, dentre outros, desafia a afirmação do NMFS de que eles não têm autoridade legal para exigir que o SeaWorld entregue os relatórios das necropsias e registros veterinários dessas Orcas.
"Segundo as disposições do Marine Mammal Protection Act (Lei de Proteção de Mamíferos Marinhos), essas Orcas pertencem ao povo dos Estados Unidos, não ao SeaWorld, e temos todo o direito de acesso às informações sobre sua saúde e bem-estar", disse David Phillips, do Earth Island Institute. 
O SeaWorld tem argumentado que não precisa divulgar esses relatórios porque pela lei é somente exigido que revelem a causa da morte do animal. Até o momento, o NMFS concordou com o SeaWorld, dizendo que as emendas feitas à Lei de Proteção aos Mamíferos Marinhos em 1994 eliminaram a exigência de que zoológicos, aquários e parques temáticos enviassem relatórios veterinários e de necropsia de mamíferos marinhos à agência federal (alteração que obviamente foi impulsionada pela indústria de animais em cativeiro).
Mas no processo, os defensores dos direitos dos animais alegam que as autorizações originais dadas ao SeaWorld para importar Tilikum e Kasatka em 1992 e 1978, que claramente especificavam que a empresa deveria entregar esses registros ao NMFS, são anteriores às emendas de 1994 e, portanto, ainda são aplicáveis legalmente. Eles argumentam ainda que a definição original no caso do Tilikum também se aplica à sua progênie, inclusive a Kyara.
O IMMP e os outros demandantes afirmam que a informação contida nos registros é vital não apenas porque ajudaria ativistas e pesquisadores a entender o impacto do cativeiro no bem-estar das Orcas, mas também porque ajudaria no resgate e na reabilitação de mamíferos marinhos feridos ou doentes em seu habitat.
"A indústria de exibição em cativeiro é a primeira a afirmar que os mamíferos marinhos que possui são valiosos para a pesquisa científica e conservação", diz Dr. Rose, pesquisadora de mamíferos marinhos da AWI. “Impedir o acesso do público aos relatórios das necropsias e aos registros veterinários, bem como de cientistas externos, sugere o contrário.”
Tanto o PETA quanto o AWI, mesmo antes da morte do Tilikum, já tentaram de forma privada e pública persuadir o SeaWorld a liberar voluntariamente esses documentos, mas não obtiveram sucesso. Esta ação judicial seria um último recurso.

Vamos aguardar!

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Rússia diz que vai proibir captura de Orcas em 2019

A Rússia anunciou planos para proibir as polêmicas “prisões de baleias” depois que as imagens de mais de 100 espécies raras amontoadas em recintos minúsculos se tornaram públicas no início deste mês.
A agência ambiental do governo russo, Rosprirodnadzor, disse em um relatório publicado na semana passada que a captura de Orcas e belugas será suspensa a partir de 2019.
As imagens divulgadas também mostraram um guindaste levantando um dos mamíferos de um tanque em uma instalação cercada perto da cidade de Nakhodka, na costa do Pacífico não muito longe da fronteira com a China.
Os promotores estão investigando se 11 Orcas, que poderiam ser vendidas por 4,6 milhões de libras ou mais, e 90 belugas estão sendo mantidas ilegalmente nesses recintos temporários. Ativistas locais afirmam o que já sabemos bem: que estão sendo vendidas para aquários chineses. A China já conta com cerca de 60 parques temáticos marinhos e possui outros 12 em construção.



De acordo com o jornal independente Novaya Gazeta, alguns dos animais estão no complexo desde julho, e a mídia local afirma que a gravação sugere que preparativos estão sendo feitos para enviá-los para outro destino. O jornal disse ainda que quatro empresas que alugam “cercados” no local exportaram até 13 Orcas para a China entre 2013 e 2016.
“A escala do que está acontecendo aqui é chocante”, disse a jornalista Masha Netrebenko. “Do ar vimos que há montes de baleias brancas (Belugas) em cercados construídos na água. O helicóptero não podia descer muito porque quando atingia menos de 100 metros do solo, começava a perder controle”. Aparentemente, esses empresários estão tão preparados que até instalaram jammers. “Mas a imagem que vi me abalou profundamente”, disse ela.
Muitas das baleias são filhotes muito jovens e esse tipo de captura é de fato proibido.
Masha afirmou que nas proximidades também há uma instalação comercial de focas e que este é o maior número de criaturas marinhas já mantidas em pequenos recintos temporários na história.
A polícia russa disse que pediu uma investigação de fraude na captura e venda para a China de sete baleias orcas entre 2012 e 2015, já que buscam brechas na lei para fazerem a comercialização.
O Greenpeace russo descreveu as condições mostradas como "tortura". Sabe-se que com essas ações, a Rússia corre um grande risco de extinguir sua população de Orcas. Ele ressaltou que “a cota de captura pode ser de 13 animais por ano, mas ninguém está levando em conta que pelo menos uma Orca é morta para cada uma que é capturada”.
A segurança em torno da prisão é tão grande que uma fotógrafa, Nina Zyryanova, disse que teve sua câmera tirada e seu cartão de memória roubado enquanto investigava o local.
A jornalista Masha ainda acrescentou: “Eu vi orcas, belugas e outras baleias no oceano... muitas vezes ... e posso ter certeza de que apenas o oceano pode ser o seu lar, não esses pequenos recintos onde criaturas inteligentes são empilhadas como peixes em lata”.
“Eu não sei que tipo de gente é necessário ser para colocá-las aqui e para permitir negociá-las como pedaços de carne sem alma.” Ela alega que o comércio envolve “muito dinheiro”, “é um negócio rentável ligado a pessoas especialmente próximas ao Kremlin”.
“Orcas são as únicas criaturas fora os humanos com fortes instintos familiares. Elas se sentem muito unidas umas às outras e podem até morrer de tristeza se algo acontecer com um membro de sua família. Mantê-las em oceanários é cruel!”


P.S.: Confesso não ter muita confiança na atitude do governo russo com relação à esta monstruosidade de prisão. Como sabem, há tempos isso vem ocorrendo e todos ignoram. Até um show com Orcas russas na China já estreou há poucos dias e nada foi feito para que isso fosse impedido. Belugas também estão sendo distribuídas aos montes pelo mundo... Está claro que o país está lucrando e não se interessa com a conservação de sua tão preciosa fauna. E mesmo que se decidam mesmo por proibir, o que será desses filhotes? Será que haverá um esforço para que retornem à liberdade ou será que criarão milhares de imposições que inviabilizem isso como fizeram com Morgan? Por que ninguém mencionou o destino desses animais que estão lá caso haja esforço do governo em punir os envolvidos?
Sinceramente, não sei o que esperar, mas não vejo atitudes positivas realmente sendo tomadas para solucionar de fato todo esse absurdo!



quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Aumenta o número de ataque de Orcas às jubartes

Acredite: Um em cada cinco filhotes de baleias jubarte já foi mordido por Orcas, de acordo com estudo divulgado no início do mês pelo Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais (STRI), sediado no Panamá. "As cicatrizes observadas, em especial, na cauda das baleias jubarte são, em muitos casos, resultado de encontros com Orcas", destaca o STRI, em comunicado.
Segundo a entidade, um estudo recente publicado na revista científica "Endangered Species Research" apresenta a análise de cicatrizes de mais de três mil jubartes, indicando que os ataques vêm aumentando.
Do grupo analisado, 11,5% das baleias adultas e 19,5% dos filhotes mostravam cicatrizes de mordidas de Orcas, levando a conclusão de que filhotes costumam ser os principais alvos das predadoras, especialmente durante o período de reprodução nos trópicos ou durante a primeira migração.


A análise incluiu imagens coletadas desde 1985 em áreas tropicais de reprodução e de pouca profundidade das Ilhas Pérola, no Panamá; Ilha Gorgona e Baía de Málaga, na Colômbia; e Salinas e Machalilla, no Equador.  Também estudaram as áreas de alimentação em águas frias do Estreito de Magalhães, no Chile; e do Estreito de Gerlache, na Península Antártica Ocidental.
O aumento também pode estar relacionado ao simples fato da população de jubartes ter crescido com a proibição à caça nas últimas décadas, ou seja, os encontros com Orcas se tornaram mais comuns com mais indivíduos se deslocando nas mesmas regiões.



segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Imagens mostram "prisão de baleias" que explora animais na Rússia

Sim, finalmente veio a público a terrível informação de que, de fato, a Rússia vem capturando e mantendo cetáceos em cativeiros para comercialização com outros países, mesmo sendo absolutamente proibido. A denúncia foi feita por ativistas que divulgaram imagens captadas por drones dessas chamadas verdadeiras prisões em que são mantidas Orcas, belugas (as famosas baleias brancas) e outros cetáceos.
Há tempos o blog divulga imagens e detalhes sobre as capturas (bem como as cotas estabelecidas de tempos em tempos) e até particularidades sobre alguns dos animais, como as da Orca Narnia, mas somente agora, anos depois, sites de notícias de todo o mundo resolveram achar um tempinho para abordar o problema. Pena que para muitas das Orcas, por exemplo, seja tarde demais. Poucas horas após a denúncia dos ativistas, deu-se início ao “show de Orcas” em um parque marinho chinês com Orcas capturadas na Rússia (informação e imagens que compartilhei em nossa página no Facebook no último dia 16 de novembro).
A minha indignação com a captura, a possibilidade real de extinção de Orcas na região, bem como o início de uma era (cuja forma obsoleta já se mostrou fracassada) em que Orcas são mantidas em cativeiro para fins de entretenimento na China, é infinita e impossível de ser descrita em palavras. Quando sinto que estamos evoluindo em alguns sentidos, vejo que em outros estamos dando incontáveis passos atrás.
No vídeo abaixo, há detalhes sobre a prisão, sua finalidade e esta pavorosa nova realidade:



P.S. 1: Apenas a título de informação para não confundir leitores do blog, no vídeo acima, quando citam a baleia beluga (baleia branca), mostram a imagem equivocada de uma jubarte albina.

P.S. 2: Há muitas informações sobre as capturas na Rússia desde o início do blog em 2011. Faça uma busca no campo ao lado para saber mais.




domingo, 18 de novembro de 2018

Grupo de Orcas é observado em Arraial do Cabo

Um grupo de Orcas foi visto em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, na manhã de ontem, 17 de novembro. Eram pelo menos seis animais, sendo um filhote, de acordo com as imagens aéreas captadas próximo à Ilha do Farol.
Quem conseguiu registrar a visita do foi Ruan Simas com o auxílio de um drone. Segundo ele, assim que observou os animais, pegou os equipamentos imediatamente para que não perdesse nada. Ruan, que trabalha com passeios de barco e estava em uma embarcação, ainda teve a sorte de registrar o filhote sendo amamentado.


Baleias e golfinhos têm aparecido com frequência nas águas geladas de Arraial do Cabo. Mas ainda tenho dúvidas em afirmar que Orcas, em especial, têm aparecido mais no litoral brasileiro ou se, por conta da facilidade ao acesso a informações e captura de imagens por celulares e outros dispositivos, hoje simplesmente temos como registrar e divulgar mais essas visitas. E, todos os sites que li noticiando a observação do grupo afirmam que as Orcas "se deslocam durante o inverno por conta do período de reprodução", no entanto, há grande equívoco neste dado, pois Orcas não migram por esse motivo. Podem até se deslocar por conta da alimentação (se aproveitando de épocas de abundância de certos alimentos em determinadas regiões - como, por exemplo, as Residentes no noroeste do Pacífico, que passam o verão nas áreas costeiras do Canadá e dos EUA por conta da maior presença do salmão), mas não para se reproduzirem porque não possuem época definida para o acasalamento.
Tenho dúvidas também sobre a afirmação de que elas "sairiam dos polos Norte e Sul em direção ao Arquipélago de Abrolhos, na Bahia, onde a água é mais quente e teriam o litoral do Rio como rota" (conforme noticiado pelo G1). Até onde meus estudos alcançaram, Orcas não dependem de águas mais quentes para reprodução ou sobrevivência. O mais provável é que simplesmente se deslocam por conta da alimentação em diferentes meses do ano.

De qualquer forma, é sempre um prazer podermos vê-las tão pertinho. Esperamos apenas que haja respeito das embarcações, que ao se encantarem com sua majestosa presença e com a busca incansável da melhor imagem, acabam se aproximando demais delas, o que pode ser muito perigoso para sua segurança. Lembrem-se, para observação, mínimo de 100 metros de distância e motores desligados SEMPRE. Se elas quiserem se aproximar por vontade própria, ótimo, mas se não, respeito e distância sempre!



quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Votação decide liberação da caça às Baleias

A Comissão Baleeira Internacional, que reúne 80 países em Florianópolis, está pela primeira vez no Brasil para discutir o futuro de baleias e golfinhos. O tema mais polêmico do evento é a possível volta da caça comercial, cuja defesa é liderada pelo Japão. O retorno a essa prática será votado nesta quinta-feira (13).
As maiores espécies de baleias foram caçadas quase até a extinção. O massacre se estendeu até 1986, quando a caça comercial foi proibida.
Mais de três décadas depois, o momento é de impasse entre defensores da preservação e de mudança de regras.
Países de tradição baleeira, como Japão, Noruega e Islândia entendem que depois de 32 anos de moratória está na hora de voltar a liberar a caça, com a adoção de cotas anuais de captura. A discussão mobiliza ambientalistas que protestam em Florianópolis desde domingo (9).
“A poluição dos mares e a própria mudança climática vem fazendo com que haja outros impactos e somar esses impactos à caça da baleia novamente podia colocar a perder o que se ganhou de pouco nesses 32 anos de moratória”, afirmou o diretor do Instituto Baleia Jubarte José Truda Palazzo.



Defesa da caça
O Japão precisa de 75% dos votos da comissão para aprovar a volta da caça. Os especialistas acham pouco provável que isso ocorra.
O Brasil voltou a defender a criação de um santuário para baleias e golfinhos no Oceano Atlântico, entre África e América do Sul, mas a proposta, mais uma vez, não atingiu a votação necessária.
“Vamos trabalhar em outras reuniões dessa comissão no próximo ano para que o santuário seja, enfim, criado”, declarou o ministro do Meio Ambiente Edson Duarte.

Defesa da preservação
Para os conservacionistas, a trégua dos arpões deve ser mantida, pois deu resultado. No Brasil, as populações de baleias jubarte e franca vêm se recuperando.
Nesta temporada, 284 baleias franca foram vistas no litoral catarinense. Este é o maior número desde que a contagem começou a ser feita há 31 anos.
“A taxa média de crescimento anual é de em torno de 12% ao ano, isso está relacionado também ao trabalho que a gente vem fazendo de preservação ao longo de todos esses anos”, afirmou a bióloga do Instituto Australis Karina Groch.


A votação que era para ter sido hoje foi adiada para amanhã. Dedos cruzados! 
Amanhã dou notícias!




sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Por que Orcas antárticas possuem coloração diferenciada?

Quem já reparou em quão diferente são as Orcas que passam parte do ano na Antártica? Ao invés da famosa e elegante coloração preta e branca, este tipo único de Orca é cinza e bege, chegando até à coloração marrom. Mas saibam que elas não são assim indefinidamente, mas apenas enquanto estão na região. 


E por que isso ocorre?
Por passarem muito tempo em águas polares, que são ricas em nutrientes, algas começam a crescer em sua pele, alterando sua cor.
Para combater esse crescimento potencialmente prejudicial, elas fazem o que pesquisadores chamam de migrações de manutenção para águas mais quentes, o que acaba matando as algas e limpando a pele, que volta ao preto e branco original.
Até onde se sabe, as Orcas da Antártida são os únicos mamíferos que fazem uma migração não associada à procriação ou à alimentação. Mais uma faceta desse animal tão intrigante.
A linda imagem é do líder de expedição Justin Hofman.



quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Caso de golfinho abandonado em aquário no Japão causa revolta pública

O drama de um golfinho solitário e dezenas de pinguins abandonados em um aquário fechado no Japão desde o início do ano desencadeou protestos nesta semana, com ativistas e cidadãos comuns pedindo para que os animais sejam salvos.
Honey, uma fêmea da espécie de golfinho Tursiops, foi capturada em 2005 perto de Taiji, cidade portuária que se tornou famosa pela caça anual de golfinhos retratada no documentário vencedor do Oscar "A Enseada", segundo reportagens.



A prática de aquários japoneses comprarem golfinhos de Taiji foi muito criticada após o lançamento do filme. Durante a caça, centenas de golfinhos são direcionados a uma enseada, onde alguns são capturados vivos para serem vendidos a parques marinhos e outros são mortos por sua carne.
Desde então, a Associação Japonesa de Zoológicos e Aquários concordou em parar de comprar golfinhos de Taiji.
A operadora do Aquário e Parque Marinho Inubosaki da cidade de Choshi, localizada na província de Chiba, fechou o local em janeiro devido à queda nas visitas depois do terremoto e da crise nuclear de 2011.
Apesar disso, Honey e 46 pinguins, além de centenas de peixes e répteis, continuam no aquário, disse uma autoridade do Departamento de Saúde e Bem-estar de Chiba.
Funcionários têm alimentado os animais regularmente, acrescentou, mas fotos e vídeos feitos por ativistas em março e agosto do lado de fora do parque mostram Honey flutuando em uma piscina minúscula em uma instalação estranhamente vazia.
Em outra imagem, pinguins cobertos de poeira são vistos empoleirados em uma estrutura em ruínas perto de uma pilha de escombros.
"Honey é símbolo tanto do problema dos parques marinhos quanto das práticas de caça de Taiji", disse Akiko Mitsunobu, do grupo local Centro de Direitos dos Animais.
"Quando fomos verificar as dependências, ela mostrava sinais de estresse, tirando e colocando a cabeça de dentro d'água de maneira fraca".
Diversas ligações para o Parque Marinho Inubosaki e para sua empresa controladora não foram atendidas. Uma autoridade de Choshi disse que a cidade tampouco conseguiu entrar em contato com representantes do parque.



Fonte: Jornal Extra/Globo de 28 de agosto de 2018.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

Orcas encalham na Argentina, uma é salva

E daqui de pertinho do Brasil veio a notícia do salvamento de uma Orca encalhada. De acordo com informações divulgadas pela equipe de pesquisa de Orcas de Punta Norte, da Patagônia Argentina, através do Facebook, cerca de duas a três Orcas encalharam numa praia de Nueva Atlantis, estação turística da província de Buenos Aires, no último final de semana (25 de agosto) , e pelo menos uma delas foi salva ao conseguirem devolvê-la ao mar. As informações ainda não estão precisas, mas a equipe de pesquisa agradeceu aos envolvidos nos esforços de salvamento e disseram que, de acordo com as fotos que receberam dos animais, não se tratava de Orcas conhecidas pelo projeto, portanto, não se sabe detalhes sobre elas.


De acordo com vídeo abaixo, três Orcas haviam sido observadas no local na tarde anterior, mas duas delas amanheceram encalhadas na praia. Uma já estava morta, a outra, muito debilitada, conseguiu ser salva após o trabalho de uma grande equipe de Biólogos e voluntários. Não deixe de assistir:






terça-feira, 31 de julho de 2018

Baleia resgatada há 15 anos reaparece no litoral de SC com filhote albino

Uma baleia-franca que tinha sido resgatada havia 15 anos em Laguna, no Sul catarinense, reapareceu no litoral do estado com um filhote albino. A mãe e o filhote foram vistos no litoral na temporada passada, mas descoberta de que era a mesma fêmea foi feita este ano pelo Projeto Baleia Franca.
Em 2003, a baleia entrou no canal dos molhes e ficou presa em um banco de areia na Lagoa Santa Marta. Ela foi rebocada até o mar 30 horas depois. Segundo os pesquisadores, ela deve ter desmamado e se perdido da mãe.



Calosidades
Os pesquisadores conseguem distinguir as baleias da espécie franca pelas calosidades que elas têm na cabeça. São calos mesmo, uma pele mais grossa, e em cada uma as manchas são diferentes. Por isso, elas são são como impressões digitais desses animais.
Porém, em 2003 não foi possível fazer uma foto aérea da cabeça do animal encalhado. Mas a baleia tinha uma outra particularidade que chamou a atenção dos pesquisadores: uma mancha cinza no corpo, que não é muito comum.
Quando a bióloga do projeto Karina Groch pegou o material da temporada passada para analisar, descobriu que o filhote resgatado em 2003 voltou em 2017 com um filhote albino. O nome escolhido para a nova mamãe foi "Sunset", pôr do sol em inglês, porque o resgate ocorreu em um fim de tarde.
Como a baleia foi resgatada em 31 de julho, o projeto quer que essa data se torno o Dia Nacional da Baleia Franca. "A ideia depois é oficializar, propor que seja feito um projeto de lei e um decreto que institua oficialmente no Brasil esta data", afirmou a bióloga.

Mais filhotes semi-albinos
Esses animais vêm todo ano para o litoral catarinense. As baleias costumam aparecer entre julho e novembro para dar à luz e amamentar os filhotes. Neste ano, muitos exemplares já foram vistos, especialmente na região de Imbituba.
Duas baleias-francas com filhotes semi-albinos já apareceram nesta temporada no litoral catarinense. Uma dupla foi vista nesta terça em Imbituba, no Sul.



FONTE: G1 de 31 de julho de 2018.

domingo, 29 de julho de 2018

Baleias jubarte estão se aproximando do litoral norte de São Paulo

As baleias jubarte estão se aproximando em um número anormal no litoral norte de São Paulo e pesquisadores não sabem exatamente o porquê. Só nos últimos 30 dias, mais de 50 foram vistas ao largo de Ilhabela, criando um misto de euforia e preocupação entre ambientalistas, por causa do alto risco de colisão com barcos e redes de pesca na região.
Os números são de Julio Cardoso, ambientalista e fundador do Projeto Baleia à Vista, que há 15 anos monitora a presença de cetáceos – baleias e golfinhos – nas águas de Ilhabela e São Sebastião. “É um comportamento inédito. As jubartes estão descobrindo a região”, diz. Entre 2004 e 2015, ele passou mais de 2,3 mil horas no mar e topou com apenas seis jubartes. De 2016 até agora, já foram 66, e a temporada está só começando. “O aumento é real e significativo”, garante.
As jubartes do Atlântico Sul têm um comportamento migratório bem conhecido: elas passam o verão se alimentando nas águas geladas da Antártida e depois sobem em direção aos trópicos, para passar o inverno descansando, namorando e cuidando da família nas águas quentes e confortáveis da região dos Abrolhos, entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. Mas elas não sobem pela costa Normalmente, só se aproximam do litoral do Rio de Janeiro para cima, e por isso quase nunca são vistas (ou eram vistas) em São Paulo.
Especialistas acreditam que essa nova presença no litoral paulista esteja associada a dois fatores. O primeiro é o aumento da população de jubartes, que vem crescendo no Brasil a uma taxa de 12% ao ano, segundo dados de monitoramento do Projeto Baleia Jubarte (PBJ).
Em 2015, ano do último censo do projeto, a estimativa era de 17 mil baleias, comparado a pouco mais de 2 mil em 2001; e a expectativa é de que esse número passe dos 20 mil agora, segundo o coordenador de Pesquisa do PBJ, Milton Marcondes.
Como há mais baleias no mar, faz sentido que haja mais avistamentos, argumenta ele. Mas o que estaria as induzindo a se aproximar mais da costa nesses últimos anos? É aí que entra o segundo fator.
Pesquisas indicam que houve uma diminuição da quantidade de krill (o principal alimento da jubartes) nas águas da Antártida entre 2015 e 2016, causada por fatores climáticos. E foi justamente nesses anos que a “anomalia” de baleias começou na costa brasileira.
Em 2015, segundo Marcondes, as jubartes chegaram um pouco mais cedo em Abrolhos e foram embora muito antes do que o normal – em setembro, em vez de outubro ou novembro. Em 2016, uma grande parte das baleias nem chegou à Bahia, e houve um “boom” de encalhes no litoral paulista (26, comparado a uma média de 2 ou 3 em anos anteriores).

Alimentação
A hipótese, portanto, é que as baleias tenham chegado à costa brasileira ainda com fome, por causa da redução da oferta de alimento na Antártida, agravada pelo aumento populacional da espécie. “Quando a população era de 3 mil jubartes, tinha alimento para todo mundo. Agora, se há uma oscilação na disponibilidade de krill, tem baleia que vai passar fome”, avalia Marcondes.
Nesse caso, elas estariam se aproximando da costa atraídas pelas águas mais frias do Sul e Sudeste, onde a oferta de alimentos para elas é bem maior do que nas águas quentes de Abrolhos.
Resta saber se isso é uma anomalia passageira, ou uma nova tendência que veio para ficar. “Acho que a observação de baleias vai ser cada vez mais frequente em São Paulo”, aposta Marcondes.
Cardoso também acha que elas vieram para ficar. O comportamento, segundo ele, é claramente de animais que estão se alimentando. Anteriormente isoladas, elas agora aparecem em grupos. “Não são baleias perdidas. Elas estão vindo para cá com um propósito.”

Riscos
O aumento da presença de baleias no litoral paulista pode ser bom para o turismo e a educação ambiental, mas também oferece riscos, tanto para os cetáceos quanto para as pessoas. O risco de colisão com embarcações é grande, e é comum as baleias se enroscarem em redes de pesca, resultando em risco de vida para elas e em prejuízos econômicos para os pescadores.
“Vamos ter de aprender a conviver com as baleias e minimizar esses conflitos”, diz Julio Cardoso, do Projeto Baleia à Vista. As jubartes não são a única espécie em risco. Nesta semana ele fotografou uma baleia franca com filhote, e a mãe tinha uma rede de pesca enroscada na cabeça. Baleias bryde e orcas também ocorrem na região.



FONTE: Site rapidonoar de 25 de julho de 2018.



sábado, 28 de julho de 2018

Orca carrega filhote morto há 4 dias

Há quatro dias...

Sim, há QUATRO dias uma Orca "carrega" seu filhote morto
pelas águas do Noroeste americano...




Foi com imensa tristeza que o Center for Whale Research (uma das principais entidades de pesquisa sobre Orcas e demais cetáceos na região do estado de Washington, nos EUA) comunicou o nascimento e a morte de um filhote de Orca Residente do Sul perto de Victoria, Colúmbia Britânica, no Canadá, em 24 de julho.
A recém-nascida foi vista viva e nadando com sua mãe, identificada como J35, e demais membros do pod J perto de Clover Point, na costa de Victoria, no meio da manhã. Uma equipe do Center for Whale Research estava na área do Estreito de Haro e registrou o nascimento assim que ocorreu.
No entanto, quando outra equipe foi ao encontro do grupo para efetuar mais registros, o filhote já estava morto... Seu pequeno corpo estava afundando e a mãe ficava repetidamente o impulsionado para a superfície e o empurrado com a testa em meio ao mar agitado. Ela continuou fazendo isso até o por do sol do mesmo dia...
Uma moradora da ilha San Juan, local para onde o pod se deslocou com o filhote, contou o que viu: “Quando o sol estava se pondo, um grupo de cinco ou seis fêmeas se reuniu no centro da enseada formando um pequeno círculo, permanecendo na superfície em um harmonioso movimento circular por quase 2 horas. Quando foi escurecendo, pude observá-las ainda nesse movimento que parecia ser um ritual, uma cerimônia. Elas ficaram centralizadas bem abaixo do círculo formado pela luz da lua, mesmo quando se moviam. Estava muito escuro para ver se o filhote ainda estava sendo mantido na superfície. Foi triste e especial testemunhar esse comportamento. Sinto muito pela J35 e seu lindo bebê.”
Ao final do dia 25, J35 ainda estava empurrando o filhote morto pelas águas canadenses...
É comum ver Orcas e golfinhos carregando seus filhotes mortos por até uma semana, prova incontestável de carinho e de um vínculo materno incrivelmente forte.
A orca recém-nascida não receberá uma designação alfanumérica como membro da população das Residentes do Sul (também chamadas pela sigla em Inglês SRKW – Southern Residents Killer Whales) porque não sobreviveu tempo suficiente para demonstrar sua viabilidade.
Lamentavelmente, aproximadamente 75% dos recém-nascidos nas últimas duas décadas após a designação dessa população como espécie ameaçada não sobreviveram e 100% das gestações nos últimos três anos não produziram descendentes viáveis. Elas já receberam destaque em órgãos governamentais de pesquisa e controle como espécie com ameaça iminente de extinção.
Vários grupos se manifestaram esta semana alegando que a perda deste filhote exalta a urgente necessidade de ações para salvá-las.
O governador de Washington, Jay Inslee, assinou uma ordem executiva em março, ordenando que agências estatais tomassem medidas imediatas para ajudar as Orcas, além de ter formado uma equipe que está se reunindo desde maio para analisar a situação e apresentar recomendações até o final deste ano.
“A morte desse filhote é um lembrete devastador da urgência que enfrentamos ao salvar esses animais tão especiais”, escreveu o porta-voz do governador, Jaime Smith, por e-mail.
Até a noite de ontem, relatos da região dão conta de que a J35 continua carregando o filhote, mesmo demonstrando imenso cansaço. Sua respiração quando vem à tona está mais longa e profunda, e tudo indica que está sendo alimentada pelos outros membros do pod já que ela não parou para pegar nenhum peixe.
Pesquisadores que acompanham sua luta já disseram que não desistirão enquanto ela também não desistir...





sábado, 30 de junho de 2018

Novo livro sobre Orcas relaciona captura e nosso fascinio por elas

Jason Colby tem mais do que a perspectiva de um historiador sobre a época em que as Orcas foram capturadas e vendidas para fins lucrativos e de entretenimento para todo o mundo: seu pai costumava ser um “ceifador”, como os caçadores desses grandes mamíferos se chamavam.
Hoje, professor de história ambiental e internacional da Universidade de Victoria, na Colúmbia Britânica, no Canadá, Jason Colby, autor do livro “Orca: How We Came to Know and Love the Ocean’s Greatest Predator” (que pode ser traduzido como “Orca: como conhecemos e amamos o maior predador do oceano”), nasceu em Victoria, mas cresceu na região de Seattle, nos EUA, onde ele trabalhou como pescador comercial no Alasca e estado de Washington. Ele é própria história do Noroeste norte americano, nascido e criado, e conta isso com a profundidade e paixão que o assunto merece.
"Minha família viveu com essa história", disse Jason em uma entrevista, explicando que seu pai esteve envolvido em uma captura, mas deixou a atividade depois que três das Orcas morreram em cativeiro.
“O livro tenta nos levar mais para trás na história, para analisarmos como foi que, para começar, passamos a nos preocupar com esses animais. Começa lembrando os habitantes do Noroeste que as capturas não foram a pior coisa que aconteceu com as Orcas, pois até meados da década de 1960, os moradores atiravam nelas e as matavam com frequência. Elas eram vistas como um tipo de espécie “verme”, assim como os lobos em terra. E a única maneira que as estudávamos na época era matando-as para dissecação.”
Orcas de cativeiro, capturadas em águas do Noroeste do Pacífico, especialmente em Puget Sound, foram enviadas de Seattle para o mundo todo nas décadas de 1960/70, antes de as leis estaduais e federais finalmente encerrarem a prática. Mas foi a Orca de cativeiro, argumenta Jason, que promoveu a compreensão da espécie que levou ao imperativo ético de salvar as baleias.
O livro do Jason Colby foi lançado no início deste mês logo após o início de mais uma campanha de soltura da Orca Lolita realizada pela Nação Lummi. Lolita, bem conhecida pelos leitores do blog, é uma Residente do Sul, membro do pod L, e foi levada quando tinha apenas quatro anos, em 1970, de Penn Cove, e está em cativeiro desde então no Miami Seaquarium. O Jason argumenta que, embora seja solidário com a situação dela, ele deve esclarecer não apenas sua trágica história, mas a real ameaça que cada membro dos pods J, K e L enfrenta hoje em dia devido à degradação de suas águas.
As pessoas dessa região, e além dela, têm a obrigação moral de salvar essa espécie que, sozinha, educou o mundo sobre seu verdadeiro caráter e beleza, disse Jason.
“Eu diria que temos uma dívida com as Orcas Residentes. Temos uma obrigação moral para com essa população que ajudou a transformar nossa visão sobre os cetáceos. Nós devemos a elas a proteção, pois nos ajudaram a nos tornarmos pessoas melhores. ”


P.S. 1: Como, infelizmente, todos os demais livros sobre Orcas ainda não estarem disponíveis em Inglês, este também não está, mas pode ser adquirido pela Amazon, na versão original.

P.S. 2: Há no YouTube uma palestra do autor do livro, Jason Colby, abordando o livro. Vale à pena assistir: https://www.youtube.com/watch?v=KbdlAHOOTCQ



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Orcas serão capturadas na Rússia novamente!

Comecei a semana com boas notícias vindo da Rússia,
mas infelizmente não vou terminar...
Apesar de já ter tido conhecimento da notícia abaixo,
preferi privilegiar a bela notícia da Orca Branca,
mas agora não tenho como evitar...


A Rússia divulgou sua cota de capturas para este ano, como infelizmente tem virado costume no verão do hemisfério norte. Dessa vez serão 13 delas!
Houve forte objeção por parte de cientistas russos e de outros países, mas isso foi completamente ignorado.
De 2012 para cá, pelo menos 20 Orcas foram capturadas do Mar de Okhotsk para exibição em aquários pelo mundo e as perspectivas para as populações locais. Mais de uma audiência ocorreu em Vladivostok para discutir a cota, mas mesmo pesquisadores terem apresentado dados importantes e afirmado que não há dados científicos para estabelecer uma cota "segura", não foram relevantes para a decisão. A cota de belugas é ainda mais assustadora, nada menos que 400 animais!!! Como já vimos com o caso das famosas "10 de Taiji", capturas assim podem ser determinantes para dizimar populações.


A única maneira de acabar com isso é conscientizando as pessoas sobre o mal que há em cativeiros para que os parques não prosperem pelo mundo e não representem tanto lucro, por isso, continuemos nosso trabalho, com fé de que tudo isso, um dia, deixará de existir.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Orca fêmea branca é vista na Rússia

E nesta semana em que os olhos do mundo se voltam para a Rússia, vejam quem também resolveu apareceu por lá e virou notícia: uma Orca fêmea Branca!
O encontro ocorreu com a equipe do Far East Russia Orca Project (FEROP), Projeto que estuda e monitora Orcas na Rússia, em seu primeiro dia de trabalho de campo nas Ilhas Comandantes, pequeno arquipélago situado 175 km a leste da península russa de Kamtchatka. A Orca branca se deslocava com um dos vários pods que avistaram ontem. Desta vez, não é o famoso Iceberg, mas a fêmea identificada por CO210 (e mostrada aqui no blog pela primeira vez), também conhecida como “Mama Tanya”, em homenagem à principal pesquisadora do FEROP, Tatiana Ivkovich, que também é bem clara.
Esta Orca foi observada pela primeira vez em 2009 e re-avistada várias vezes em 2010, mas estava desaparecida há muito tempo. Foi uma grande alegria para a equipe observá-la novamente!
Abaixo, o registro efetuado pela equipe e compartilhado pelo Projeto em sua página no Instagram:




P.S.: Há mais sobre outras Orcas brancas aqui no blog! Pesquise no campo ao lado para saber mais!




segunda-feira, 4 de junho de 2018

Orcas em Gorontalo, na Indonésia


Em março do ano passado postei aqui no blog que Orcas tinham sido observadas nas águas da Indonésia e que lá, na língua local, são chamadas de “paupausu”. Este ano, elas estão aparecendo mais uma vez. Já é quarta vez que registram a visita nos últimos dois meses na região de Gorontalo. Turistas que transitam em barcos de pescadores e passeio também tiveram a sorte de observá-las. São sempre pods pequenos de três e quatro membros, mas o suficiente para agradar a todos.



Na postagem do ano passado inclui um vídeo muito interessante de uma Orca sendo salva por pescadores da região. Eles chegam a “montar” na Orca para conseguir soltá-la de uma rede de pesca. O método é, no mínimo "rústico", mas eficiente para libertá-la, que é o que realmente importa. Revisite a postagem e assista ao resgate no link: 




domingo, 3 de junho de 2018

Orca salva por equipe de resgate dá um show de agradecimento

Uma equipe de resgate salvou uma Orca Transeunte que estava enroscada em cordas de pesca na costa da Ilha Salt Spring, na Colúmbia Britânica, no Canadá nesta última quita-feira.
Foi o casal Keith Simpson e Suzanne Ambers que avistou a Orca em apuros. Eles haviam saído de barco para pescar e logo que a viram perceberam que tinha algo errado, pois ela parecia aflita e só nadava em torno de uma boia (utilizada para colocação de armadilhas de pesca comercial na região) ao invés de seguir por qualquer direção. Eles então entraram em contato com serviço de emergência que encaminhou a equipe do Departamento de Pesca e Oceanos. Segundo a Suzanne, como eles levariam um tempo a chegar, ficavam ligando de dez em dez minutos para o casal para verificar como estava as condições de saúde da Orca. Apesar de ter demorado quase duas horas a equipe se apressou e estava muito preocupada já que Orcas possuem pouca resistência física para este tipo de situação como as baleias grandes que conseguem aguentar por muito tempo. Foi pedido ao casal que permanecesse no local observando a Orca e impedindo que mais pessoas se aproximassem.
O resgate em si não foi complexo, pois assim que conseguiram (com equipamentos específicos) exercer certa pressão na boia, a Orca conseguiu girar e se soltar das cordas (que estavam presas à sua cauda). E foi aí o grande momento, pois antes de seguir viagem, a Orca deu um grande salto “de liberdade” visivelmente de agradecimento. "Foi o nosso “momento Free Willy”", disse Suzanne em entrevista a um canal de TV canadense.
A Orca em questão, um macho Transeunte identificado por T0778, é acompanhado há quatro anos e já demonstrou certa tendência a esse tipo de comportamento. “Já recebemos várias ligações de pessoas avisando que ele estava mexendo com flutuadores e embarcações”, contou Paul Cottrell, líder da equipe de salvamento, “era só uma questão de tempo para ele se enroscar dessa forma”.
No vídeo abaixo do canal de televisão local é possível assistir a todo salvamento e ao lindo salto de agradecimento:







sábado, 2 de junho de 2018

Japoneses matam 122 baleias grávidas em 'missão de pesquisa'

Um relatório enviado à IWC, comissão internacional que regula a caça de baleias, revela que os baleeiros mataram um total de 333 animais entre novembro de 2017 e março de 2018, período em que o grupo esteve no Polo Sul.
O Japão alega que seu projeto de captura de baleias tem "objetivos científicos", apesar de a carne dos animais ser vendida para a alimentação.
Uma decisão da Organização das Nações Unidas de 2014 condenou o que chamou de "pesquisa letal".
Em um novo "plano de pesquisa" publicado após a decisão da ONU, o país disse que é uma "necessidade científica" entender mais o ecossistema antártico por meio da coleta e da análise de animais.
Os caçadores atuam no que o país asiático chama de "Programa de Pesquisa de Baleias no Oceano Antático". A morte dos 333 animais foi durante a terceira investida do projeto na região, o que eles chamam de "pesquisa de campo biológica".
O Japão diminuiu a quantidade de captura em dois terços com o programa e assumiu o compromisso de abater cerca de 330 baleias por ano.
Os dados do relatório enviado pelos caçadores apontam que, na caçada de 2017/2018, 122 fêmeas estavam grávidas e que 61 machos e 53 fêmeas ainda eram filhotes.

Por que o Japão caça baleias?
Pelo Artigo 8º da IWC, assinada em 1946, países podem "matar, capturar e processar baleias para pesquisa científica" – e é essa a regra que o Japão diz seguir em suas caçadas.
Além das alegações de pesquisas, o governo japonês afirma que a caça à baleia é uma antiga tradição cultural do país.
Comunidadeiras costerias em Chiba e Ishinomaki praticam a caça na costa há anos, e os distritos de Taiji e Wakayama têm caças a golfinho anuais.
As expedições japonesa de pesca na Antártida só começaram depois da Segunda Guerra Mundial, quando o país devastado dependia das baleias como principal fonte de carne.
Hoje em dia, embora a carne de baleia ainda seja vendida, está se tornando cada vez mais impopular, com um número bem menor de estabelecimentos que vendem esse tipo de alimento.

Quem mais caça baleias?
A IWC declarou uma suspensão da caça comercial de baleias em 1985, mas há muitos países que não seguem a regra.
Números da ONG WDC (Conservação de Baleias e Golfinhos) mostram que diversos países além do Japão ainda caçam baleias para o consumo da carne, entre eles a Noruega e a Islândia.
A Noruega rejeitou o acordo de suspensão da comissão e a Islândia aceitou em partes.
A Groelândia, a Rússia e o Estados Unidos também promovem o que chamam de "caça à baleia de subsistência aborígene" para comunidades costeiras.
Mas o Japão é o único país que envia navios para a Antártida para capturar os animais, com a justificativa de que se trataria de pesquisa científica.

A caça está extinguindo as baleias da Antártida?
O Japão diz que está conduzindo sua pesquisa para mostrar que a população de baleias da Antártida é saudável e pode ser pescada de maneira sustentável.
A União Internacional para a Conservação da Natureza diz que não há informações suficientes para determinar se as baleias-mink austrais estão ameaçadas ou não.
Embora o número de animais da espécie seja claramente de "centenas de milhares", a entidade está investigando uma possível queda nos últimos 50 anos.
Dependendo de quão significativa for a queda, a espécie pode vir a ser classificada como ameaçada.


Fonte: BBC Brasil de 30 de maio de 2018.



terça-feira, 29 de maio de 2018

Estudo controverso alega que golfinhos são "felizes" em cativeiro

Li com certa surpresa a seguinte reportagem no site de notícias britânico Daily OnLine hoje pela manhã, "A “felicidade” dos golfinhos é medida pela primeira vez: Estudo revela que os mamíferos marinhos ficam ainda mais satisfeitos quando interagem com humanos", e nem preciso registrar que de imediato questionei o método de avaliação utilizado, bem como os parâmetros adotados e obviamente os resultados. Tentei entrar em contato com a Neurocientista e Especialista em comportamento e inteligência animal Lori Marino (já citada no blog algumas vezes), mas nem foi necessário, pois sua opinião já estava em sua página no Facebook. Portanto, dado seu conhecimento e experiência, prefiro aqui deixar os comentários dela com sua conclusão sobre os equívocos deste estudo, já que mais que conferem o posicionamento do blog.

Abaixo, segue a notícia traduzida e a opinião da Especialista:

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A “felicidade” dos golfinhos é medida pela primeira vez: Estudo revela que os mamíferos marinhos ficam ainda mais satisfeitos quando interagem com humanos

Pesquisadores franceses queriam descobrir como a vida em cativeiro era "do ponto de vista dos animais" e os resultados de seus estudos sugerem que os golfinhos nascidos em cativeiro são "muito mais felizes" quando estão em um tanque, particularmente quando estão interagindo com humanos. O estudo, no entanto, revelou-se controverso entre aqueles que acreditam golfinhos devem viver somente na natureza.
O estudo, publicado na revista Applied Animal Behavior Science, foi liderado pela Dra. Clegg, da Universidade de Paris. Ela observou o comportamento de golfinhos por três anos no Parc Astérix, parque temático com um dos maiores delfinários da França, e tentou entender melhor seus sentimentos observando a postura dos animais. "Queríamos descobrir que atividades em cativeiro eles mais gostavam", disse ela à BBC.
A Dra. Clegg testou três atividades: um treinador vindo e brincando com golfinhos, ele colocando brinquedos no tanque e ele apenas deixando brinquedos para eles brincarem sozinhos. "Descobrimos algo realmente interessante: todos os golfinhos ficam ansiosos para interagir com pessoas conhecidas", disse Clegg. Os animais mostraram isso por meio de um movimento conhecido como 'spyhopping', que é quando eles olham acima da superfície na direção da qual os treinadores geralmente chegam. Os golfinhos também ficavam mais agitados e nadavam mais próximo à da borda do tanque.


"Acho que os golfinhos selvagens são mais felizes na natureza, e os nascidos em cativeiro são muito mais felizes em cativeiro", disse Birgitta Mercera, Diretora do Parc Astérix.
Susanne Schultz, da Universidade de Manchester, que estudou o comportamento social de mamíferos marinhos selvagens, disse à BBC que o estudo não pode revelar "se um golfinho em cativeiro é mais feliz do que seria se estivesse na natureza".
A RSPCA defende essa visão: "Estudos mostraram que os golfinhos em cativeiro podem sofrer estresse, resultando em perda de apetite, úlceras e aumento da suscetibilidade a doenças devido a mudanças em seu agrupamento social, competição por recursos e estruturas sociais instáveis".
“O agrupamento social tem sido reconhecido como uma das questões mais importantes que afetam a saúde e o bem-estar dos cetáceos de cativeiro.
Embora em muitos casos se esforcem para imitar no cativeiro a natureza dos agrupamentos sociais, é impossível prever as diferentes e complexas interações que ocorrem no oceano devido ao número de indivíduos mantidos em tanques e às restrições do ambiente físico."



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Opinião Lori Marino:

Este artigo não trata da "felicidade" dos golfinhos, pois descreve simplesmente mudanças no comportamento antecipatório sob algumas circunstâncias diferentes encontradas em cativeiro.
Os autores descobriram que os golfinhos ficam ansiosos antes de receberem brinquedos ou antes de sessões interativas com um treinador e concluem que “interações humanas mesmo quando não são alimentados têm um papel importante na vida desses animais”. Mas o que eles realmente mostraram é que dentro dos limites muito restritos de um cativeiro, os golfinhos podem achar gratificante brincar com brinquedos e treinadores. Os resultados não dizem nada sobre se os golfinhos prefeririam essas condições se tivessem uma escolha entre o cativeiro e viver uma vida natural na natureza.