terça-feira, 26 de julho de 2011

Boicote da CBI ao Santuário no Atlântico Sul

Na última reunião anual da Comissão Baleeira Internacional realizada entre os dias 11 e 14 de julho de 2011, países favoráveis à caça de baleias, liderados pelo Japão, recusaram-se a votar a criação de um santuário de cetáceos no Atlântico Sul. A votação foi proposta pelo Brasil e pela Argentina, mas os delegados japoneses, seguidos pelos islandeses e por diversos representantes de países do Caribe e da África, deixaram a sala de negociação quando o presidente propôs a votação.
Os dois países sabiam que não tinham a maioria necessária para ganhar, mas queriam colocar a questão em votação. Como isso não foi possível, foi solicitado que os membros da CBI chegassem a um consenso até o próximo ano, caso contrário a próxima reunião será iniciada com esta votação. O representante do Japão, Joji Morishita, demonstrou preocupação alegando que “É provável que a votação prejudique a boa atmosfera estabelecida e podendo desencadear uma avalanche de votos para o próximo ano, atrapalhando o progresso que fizemos”.
Já Roxana Schteinbarg, do Instituto para a Conservação das Baleias, sediado na Argentina, afirmou que “As populações (de baleias) do Atlântico Sul estiveram entre as que mais sofreram com a caça comercial em larga escala”, informou ainda que “cinquenta e quatro espécies vivem nas águas onde é proposto o santuário". O Brasil também acredita na atração de turistas com a área de proteção estabelecida.
A reunião também foi marcada por diversos atrasos durante os quatros dias e fez com que assuntos previstos importantes não chegassem a ser discutidos, como o perigo de colisão desses animais com embarcações e a diminuição da poluição não só física como sonora dos oceanos.
Definiram apenas a implantação de novos regulamentos para prevenir os escândalos de compra votos famosos no passado e a aprovação de uma resolução que censura a Sea Shepherd Conservation Society, por colocar a segurança em risco durante as suas missões de combate aos baleeiros japoneses.
“A má vontade é normalmente inimiga da conservação”, alertou Wendy Elliott, líder da delegação da organização WWF. “Várias espécies de baleias e golfinhos estão à beira da extinção e a conservação deve estar na frente da reunião da CBI do próximo ano, para o bem das baleias e da própria comissão”.

P.S.: Pesquisei imagens sobre caças de baleias e golfinhos na internet para postar aqui no blog (apenas com intuito de informar e ilustrar a monstruosidade dessa caça), mas confesso que são tão desagradáveis e revoltantes que prefiro deixar aqui somente o registro das informações sobre a reunião. Aproveito para parabenizar o Brasil e a Argentina pelo belo gesto... Sendo por interesse devido ao potencial turístico ou não, esses incríveis animais e o equilíbrio da vida nos oceanos, agradecem...

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